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Segurança ou Seguran$$$a?

Posted by Caio Araujo. on 19:05
Sou um cidadão soteropolitano, que reside e sempre residiu em Itapuan (bairro bastante conhecido da cidade).

Desde pequeno acostumado a andar pelas ruas do meu bairro, na verdade eu nunca tive um bom motivo para me sentir desprotegido nas proximidades da minha casa. É claro que já houveram assaltos (inclusive a mim, mas em todas as vezes eu estava em locais não muito seguros e ciente disso), casos escandalosos e chocantes de crimes, barbáries daquelas contadas em contos de Alfred Hitchcock, mas na verdade nunca me senti muito intimidado. Sempre vi o crime e a desigualdade crescendo de forma cada vez mais desenfreada, mas o que realmente acabou me acuando foi o que me ocorreu na segunda-feira dia 05 de maio de 2008.

Eu faço o curso de Publicidade e propaganda na Faculdade Social da Bahia - FSBA, (como ninguém nunca sabe aonde é eu falo que é a Faculdade do ISBA - colégio tradicional de Salvador localizado na Ondina - aquela mesma Ondina do carnaval que todos conhecem).

Na volta estafante de ônibus para a minha casa, fiz o mesmo percurso que faço religiosamente todos os dias de semana. Desci do ônibus num ponto que fica logo na frente da minha rua (é uma questão de 20 passos). A minha rua tem segurança, não só no sentido figurado por ser uma rua sempre cheia e estar sempre iluminada, alem de ser fechada - não tem saída, só a mesma que é entrada, e uns "caras" teoricamente preparados para afastar o perigo que nos ronda. Como todos os dias cheguei as 22 e alguma coisa e fui subindo pra casa. O mais intrigante é que curiosamente a rua (que sempre está cheia de casais, pessoas caminhando e crianças brincando) estava completamente vazia, parecia que eu chegava de madrugada.

Uns 100 metros mais e eu estava em casa, mas fui abordado por 2 motos com 4 pessoas. Os dois caronas desceram. Minha primeira reação foi de cumprimentá-los porque (eu não sei ao certo, mas achei que mesmo de capacete) me pareciam familiares aqueles olhos. Não era o que eu (inocentemente) achava.

O primeiro arrancou os fones (do meu MP4) do meu ouvido, enquanto o outro me apontava uma arma, foi então que eu me dei conta que estava sendo assaltado.

Retiraram meu MP4, pediram meu celular, eu disse que não tinha (eu estava com uma camisa de um time de futebol que cobria o bolso onde ele estava), o que teoricamente não estava armado apontou para o bolso aonde estava o celular e falou: "Esta ai nesse seu bolso, passa logo pra não levar um tiro..." ai já viu né?... e ainda falou: "passa a prata", e eu respondi meio atordoado "não é prata não mané, prata brilha mais, isso é aço". Admito que não foi uma boa resposta, mas minha maior besteira ainda estava por vir.

Então o que estava com a arma me mandou passar a carteira, e eu idiotamente disse que ele era muito "quexudo" (perdi uma boa oportunidade de ficar calado e evitar maiores problemas). O que estava sem a arma tentou pegar minha carteira no meu bolso que estava próximo ao joelho, e eu o empurrei, ele me deu um chute na costela que posteriormente me rendeu falta de ar, e eu retribui com um soco (teoricamente no rosto, que doeria mais nele do que em mim se ele não estivesse de capacete). Resultado: Alem do chute na costela e da mão doendo levei uma coronhada, que não sangrou, mas não é a melhor sensação do mundo.

Apos uns 30 longos segundos (talvez os mais longos de minha vida que poderia ter terminado ali), eles subiram nas motos e desceram a rua. Novamente idiotamente eu corri atrás deles gritando "ladrão" e assobiando muito alto para que o segurança que estava sentado na portaria da entrada da rua tomasse alguma providencia (tendo em vista que ele estava na frete dos sujeitos e a uns 60 metros de mim). Parado estava, parado ficou. E quando perguntei a ele o porque dele não ter feito nada, ele simplesmente me perguntou: "Você queria que eu fizesse o que??".

Fui a delegacia prestar queixa, o delegado não estava, teve que socorrer a filha (o que não e nenhuma novidade no Brasil, afinal quem trabalha nesses horários "escrotos" são os piões. Quem tem "bala na agulha" esta em casa socorrendo a filha). B.O. feito voltei pra casa, sabia que não ia dar em nada, afinal a polícia serve pra te mostrar o porque você não deve pegar uma arma e lutar contra o governo, e não pra te proteger.

Aparelho repressivo do estado. Ah minhas aulas...

Em minha cabeça só fica um questionamento...

A segurança pública é uma piada, a particular não existe, o que o povo vai ter que fazer pra se proteger do próprio povo?

Ou essa é a real tática do governo? Deixar a população se eliminar enquanto esvaziam os cofres públicos.

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1 Comments


velho, essa foi foda...
se bem que numa situaçao dessas eu ficaria caladinho e imovel mesmo...
mas se cuida.. embora seja pouco provavel que eles voltem, a menos q vc tenha se tornado fregues preferencial!!

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